A Universidade de Brasília é pioneira no Brasil pois foi a primeira universidade a criar um Núcleo dedicado à Ilustração Científica, o que mostra a atualidade deste conjunto de técnicas. Apresentamos aqui um pouco deste universo.
A Ilustração Científica pode ser definida como uma área de intersecção entre a Ciência e a Arte, cuja finalidade é auxiliar o pesquisador a comunicar suas ideias e descobertas, em forma de desenhos detalhados. Esses desenhos podem ser de animais ou vegetais, mas também podem ser modelos experimentais, modelos de estruturas biológicas (por exemplo modelo de tecidos, membranas biológicas, superfície de um vírus qualquer e tantos outros) e também de outras áreas do conhecimento. A variedade de técnicas utilizadas é praticamente ilimitada, indo desde o mais simples desenho feito a lápis até sofisticados modelos animados com computação gráfica.
A Ilustração Científica é um instrumento de comunicação. Ele pode ser usado para a comunicação entre pesquisadores ou entre a academia e o público em geral, facilitando a compreensão de conceitos científicos.
Muitos perguntam o porquê de ainda existir a Ilustração Científica. Sua atualidade pode ser verificada, por exemplo, na recente pandemia do SARS-COV. Em jornais e programas de televisão era comum ver-se modelos do vírus e sua interação com as células. Todas aquelas imagens eram produtos do trabalho de ilustradores científicos que traduziram modelos e conceitos abstratos para a maioria das pessoas em imagens de fácil compreensão.
Por ser um campo de atuação que abrange a Arte e a Ciência, praticamente todas as técnicas de representação gráfica podem ser utilizadas para a realização de uma Ilustração Científica. As técnicas mais comumente utilizadas são: Grafite, Nanquim, Aquarela e Ilustração Digital. Entretanto esta lista não se limita apenas a estas técnicas. O acrílico, o óleo, a gravura, a têmpera a ovo e o lápis de cor são todas técnicas que podem ser utilizadas. Fica a critério do ilustrador a escolha de qual técnica melhor se adapta ao trabalho requerido.
Desde a chegada dos primeiros colonizadores, houve a produção de imagens de espécies animais e vegetais brasileiros. Estas imagens eram bastante simples e muitas vezes eram feitas a partir de relatos mais ou menos fidedignos de viajantes que passavam pelo Brasil.
Apenas após o casamento de D. Pedro I com D. Leopoldina é que pesquisadores austríacos foram autorizados pela coroa portuguesa a vir para o Brasil.
Com isso, a produção de imagens das espécies brasileiras começaram a ser produzidas com enorme realismo e beleza estética.
Maria Werneck de Castro foi uma das pioneiras na Ilustração Botânica no Brasil. Esta carioca veio para Brasília com a transferência da capital, pois era funcionária da Caixa Econômica na época. Já naquela época o desmatamento e a preservação da biodiversidade eram temas importantes para ela. Maria Werneck fazia seus desenhos a lápis e eram finalizados posteriormente com aquarela. Ela obteve uma notoriedade internacional tendo exposto suas obras em importantes instituições como a Hunt Botanical Library. Atualmente, suas obras encontram-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Sinônimo de Ilustração Botânica e Preservação da floresta Amazônica, essa inglesa viveu no Brasil entre 1952 e sua morte em 1988. Realizou 18 viagens pela Amazônia e nelas chegou a coletar espécies botânicas novas para a Ciência. Em sua casa no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, produziu inúmeras ilustrações de bromélias e orquídeas de nossa flora. Seus trabalhos eram feitos aquarela e gouache. Após seu falecimento, foi criada uma Fundação em seu nome, a qual foi fundamental para o desenvolvimento da Ilustração Botânica no Brasil.
Etienne, Rosália e Yvone Demonte eram três irmãos ilustradores que moravam em Petrópolis. Suas ilustrações foram utilizadas para selos dos Correios do Brasil, e estão nas mais prestigiosas coleções públicas e privadas em vários países da Europa e da América do Norte. Eles utilizavam principalmente a gouache como material. Suas ilustrações da Fauna e Flora serviram de inspiração para várias gerações de ilustradores brasileiros
O Núcleo de Ilustração Científica foi criado por inspiração do prof. Marcos Antônio Ferraz em 1999. Hoje o Núcleo é responsável por 6 disciplinas na área de Ilustração Científica para alunos da graduação, de qualquer curso da UnB. Vários projetos são desenvolvidos por alunos e estagiários do Núcleo, tais como “Árvores do Campus”, “Aves do Campus” e em parceria com o museu ajuda na produção gráfica das exposições.
FICHA TÉCNICA
Reitora
Márcia Abrahão Moura
Decana de Extensão
Olgamir Amancia Ferreira
Diretor do Instituto de Ciências Biológicas
Jaime Martins de Santana
Diretora do Museu de Biologia
Julia Klaczko
Curadoria, Pesquisa e Textos
Gabriela Hirata
Marcos Ferraz
Ilustrações
Amanda Muller
Ana Paula Oliveira de Oliveira
Catarina Wilhelms
Diego de Araújo Ribeiro
Douglas Firmino
Gabriela Hirata
Ivan Konstantinov Malinov
Jonas Maravalhas
Pâmella N. Tanásio
Maisa Ferreira de Sousa
Marcos Ferraz
Mariana da Silva Palmier
Netinho Maia
Nicole Meireles Dubois
Sandriele Aires de Oliveira
Vitória Barreiros de Oliveira Mota
Nossa equipe recebeu as informações e entrará em contato assim que possível para confirmar sua visita.
O contato se dará pelo e-mail informado no preenchimento do formulário. Até logo!